SENADO E
CÂMARA QUEREM OUVIR O MINISTRO DO ESPORTE E CONVOCAR POLICIAL QUE O DENUNCIOU PARA DEPOR
BRASILIA -Líderes da oposição apresentaram terça-feira (18) requerimento para convocar o
policial militar João Dias Ferreira, autor de denúncias de suposto esquema de
corrupção no ministério dos Esportes, envolvendo seu titular, Orlando Silva. Os parlamentares
querem que João Ferreira vá a Câmara dos Deputados esclarecer as denúncias
contra o ministro.
O ministro Orlando Silva foi ouvido em audiência conjunta
das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Turismo e Desporto da
Câmara, na terça. A oposição tentou esvaziar a audiência com o ministro para
tentar o ouvir o denunciante.
O líder do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto
(DEM-BA), disse que os líderes da oposição ouviram João Ferreira
e que o autor das denúncias feitas à revista Veja, acrescentou detalhes
sobre o suposto esquema de desvio de recursos do Programa Segundo Tempo.
-Foi um depoimento absolutamente estarrecedor, com detalhes
que não estão na revista, com provas materiais inegáveis contra o ministro e o
ministério”, disse.
Para o líder do DEM, a ida do ministro à Câmara antes do
depoimento do denunciante é “apenas para garantir palanque e plateia”. De
acordo com o líder do PSDB, Duarte Nogueira, João Ferreira já concordou em
prestar depoimento na Câmara, assim que o requerimento for aprovado.
O pedido de requerimento da oposição só deverá ser avaliado na
quarta-feira , (19), durante reunião deliberativa das comissões. No início da
audiência, Orlando Silva defendeu a gestão do Programa Segundo Tempo, negou
veemente as denúncias e desqualificou o autor das acusações.
-Quem fez a acusação? Trata-se de um desqualificado, um
criminoso, uma pessoa que foi presa, uma fonte bandida”.
O ministro Orlando Silva voltou a atacar na tarde desta
terça-feira (18) o policial militar João Dias Ferreira, que fez as acusações de
que ele recebia propina de entidades do programa Segundo Tempo.
Orlando Silva também disse que vai pedir para
"acelerar" as investigações e o julgamento dos processos que envolvem
as entidades do denunciante.
O ministro compareceu na tarde desta terça-feira à audiência
conjunta na Câmara dos Deputados das comissões de Fiscalização Financeira e
Controle e de Turismo e Desporto. Foi o próprio ministro que acertou sua ida
para a Câmara para esclarecer as denúncias contra ele.
Ele começou apresentando todas as suas ações na pasta e
depois passou atacar o policial Militar. "Quem faz a agressão? Eu
aconselho que procurem informações. Trata-se de um desqualificado, um
criminoso, uma pessoa que foi presa, uma fonte bandida", disse o ministro.
Ele foi aplaudido em diversos momentos e ouviu gritos de apoio no plenário,
formado praticamente apenas por governistas.
Orlando Silva disse que vai pedir ao Ministério Público e ao
Tribunal de Contas da União para "acelerar" os trâmites das ações
contra o policial militar, que pode precisar reembolsar os cofres públicos com
os recursos que haviam sido repassados pelo programa Segundo Tempo e que não
foram usados.
O ministro também exigiu mais uma vez as provas em relação
às denúncias do último fim de semana e contou que houve "insinuações"
de ameaças por seus acusadores no passado. "Se há o que denunciar, que
faça. Faça e prove o que diz. Até aqui esse desqualificado falou e não provou o
que diz. Quem tem provas do mal feito por eles sou eu e elas estão aqui."
Na mesma audiência, o deputado federal Vaz de Lima (PSDB-SP)
também entregou um requerimento para a instalação de uma CPI para apurar as
denúncias de irregularidades no programa Segundo Tempo.
Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos
do Ministério do Esporte acusam Silva de participação direta nas fraudes,
segundo reportagem publicada pela revista "Veja".
O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias
Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o
ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do
ministério.
Localizado anteontem pela Folha, Pereira confirmou a
acusação contra o ministro. Orlando Silva afirmou que já acionou o ministro da
Justiça para que a Polícia Federal investigue o esquema relatado.
O ministro disse ainda que as acusações podem ser uma reação
ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a
ONG que pertence ao policial autor das denúncias.
Em nota divulgada anteontem, o Ministério do Esporte disse
que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram
executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado,
integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
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