DILMA ABRE EM SÃO PAULO O ENCONTRO MUNDIAL EM BUSCA
DA GOVERNANÇA DA INTERNET
SÃO PAULO - O
Brasil se tornou o centro da internet mundial. Por dois dias, São Paulo sedia a Net Mundial, conferência considerada “o pontapé inicial de um sistema de governabilidade internacional da rede. A presidente Dilma
Rousseff abriu o evento, já que muito se empenhou, pessoalmente, em trazer a
conferência para o Brasil.
Participam do
evento cerca de quase mil participantes de mais de 85 países, entre representantes de governos,
universidades, setor privado e sociedade civil, dando ao encontro um caráter “multissetorial” , como o denominam
os organizadores..
Dilma Rousseff leva ao encontro o Marco Civil, por ela sancionado na quarta-feira
(23), depois de sua aprovação unanime pelo Congresso, em meio a disputas da base aliada e da oposição.
A legislação, considerada avançada por especialistas, colocará o país na
vanguarda das discussões sobre a Net Mundial.
O encontro ganhou ênfase após o “escândalo que revelou um
esquema de espionagem em massa do governo americano, denunciado pelo
ex-colaborador da Agência Nacional de Informação dos Estados Unidos, a NSA”.
No encontro será debatido o modelo de governança da
Organização da Internet para Atribuição
de Nomes e Números, (ICANN), o órgão baseado em território americano que
atribui, administra e gerencia os nomes e domínios usados na internet.
Os Estados Unidos já concordaram em abdicar da
coordenação do ICANN a partir de setembro de 2015, desde que esta passe a ser
controlada por um corpo multissetorial.
No texto base,
feito com a colaboração de centenas de voluntários dos vários setores
representados, a ideia é que a nova gestão seja conduzida em um espírito de
'participação igualitária'.
Para o secretário de Política de Informática do
Ministério de Ciência e Tecnologia, Virgílio Almeida, que conduzirá os debates,
a reformulação do ICANN “será certamente
um dos pontos de discussão em São Paulo”.
Segundo a BBC apurou, a modelo de governança global
da internet que muitos esperam será o principal ponto de divisão do encontro -
e na busca por um documento final que agrade a todos.
O Brasil, os Estados Unidos e vários países
europeus defendem uma governança multissetorial, com participação da sociedade
civil, sem a preponderância dos governos.
Mas países como China, Rússia, Tadjiquistão e
Uzbequistão querem que governança da internet seja regulamentada no contexto
das Nações Unidas.
O secretário Virgílio Almeida disse ainda que a “participação na governança
da internet por parte de países do hemisfério sul, será uma referência às nações emergentes. O
texto base para as discussões, e que deve virar um documento da conferência,
foi feito com a participação de representantes de governos, da sociedade civil,
da iniciativa privada e de universidades, que se inscreveram no portal do
encontro e ajudaram a formulá-lo.
Virgílio Almeida compara a conferência com o
momento do início, no final dos anos 1970, das discussões globais sobre políticas
de meio ambiente, que levaram à formulação do Protocolo de Kyoto e a tentativas
de se chegar consensos sobre normas internacionais - e que também contaram com
a importante participação de especialistas e vários setores não governamentais.
O documento é dividido em duas partes. O primeiro
trata dos 'Princípios de Governança da Internet', uma espécie de Constituição
da rede em nível global.
Ali, salienta-se a necessidade de assegurar, em
nível mundial, a liberdade de expressão na rede, a privacidade, o acesso à
informação, sua diversidade cultural e linguística, seu caráter colaborativo e
uma “'arquitetura” aberta.
A segunda parte, o 'Mapa para a Evolução Futura da
Internet', como o nome já diz, traz indicações e sugestões sobre a evolução da
rede e tratará da necessidade de os governos construírem seu próprio sistema de
governança de rede - a exemplo do feito pelo Brasil com o Marco Civil
brasileiro.
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