PARA
PREVENIR VIOLENCIA CONTRA
JORNALISTAS E A LIBERDADE DE IMPRENSA ORGANIZAÇÃO VAI MONITORAR COPA E CAMPANHA ELEITORAL DE DILMA
O inicio da Copa do
Mundo, no próximo mês de junho e os possíveis protestos no Brasil por ocasiçao
da copa e ao governo Dilma ,está preocupando uma das principais organizações
nos Estados Unidos voltadas para a liberdade de
imprensa, a Freedon House.
O cenário se agrava,também,segundo a organização, combinando
um intenso ano eleitoral com a possibilidade de violência nos protestos contra
a Copa, alimentando uma
preocupação com a liberdade de imprensa
no pais.
A organização, financiada por recursos do governo americano
e com sede em Washington, disse que está monitorando em 2014 "não apenas a
violência contra jornalistas (nos protestos), mas temas ligados à 'censura
judicial' e ao número de requisições por parte do governo para remover conteúdo
dos websites".
Brasil cai nove posições em ranking
de liberdade de imprensa
"No momento em
que recebe as atenções de todo o mundo, é especialmente importante que a
informação não seja restringida pelos governos, e que tanto os jornalistas
brasileiros quanto
estrangeiros possam disseminar a informação
livremente", disse à BBC Brasil a analista-sênior sobre liberdade de
imprensa da organização, Jennifer Dunham.
Em seu relatório anual sobre o tema, divulgado nesta semana
em Washington, a entidade ressaltou a violência que vitimou jornalistas durante
os protestos de rua no Brasil em junho passado.
Embora qualifique como "aberto" o ambiente em que
opera a imprensa brasileira, o documento vê estes incidentes como exemplo de
situações que se repetem em outros países do mundo, pondo em risco a
integridade física dos profissionais da imprensa e afetando a liberdade destes
para fazer o seu trabalho.
Estas razões levaram a Freedom House a rebaixar Turquia e
Ucrânia da categoria de imprensa parcialmente livre – como o Brasil – para
não-livre. O relatório também destacou o "ambiente repressivo" para a
mídia em protestos na Venezuela e no Egito.
"Proteções especiais para profissionais da imprensa
podem ser difíceis de garantir quando os protestos se tornam violentos. Este é
um desafio particularmente difícil na medida em que as fronteiras entre
jornalistas credenciados, jornalistas cidadãos e ativistas desaparecem cada vez
mais", escreveu Dunham no relatório.
"Em muitos casos, porém, os repórteres não são
simplesmente pegos no meio da confusão, mas alvos de ataques deliberados pela
polícia ou manifestantes."
AGRESSÕES A JORNALISTAS JÁ CHEGAM A 114
De acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo (Abraji), pelo menos 114 jornalistas foram vítimas de agressões
nos protestos do ano passado. Em pelo menos 71 casos, a violência foi
deliberada e em 56, foi protagonizada pela polícia, afirmou a entidade.
Em fevereiro deste ano, o cinegrafista Santiago Andrade se
tornou a primeira vítima fatal dos protestos, após ser atingido por um rojão
lançado por um manifestante supostamente contra um policial.
Apesar destes incidentes, a avaliação do Brasil no último
relatório da Freedom House não caiu – em parte, explicou Dunham, porque o país
já vinha de um mal desempenho em 2012, ano em que foram registrados pelo menos
quatro assassinatos de jornalistas, incluindo de profissionais que investigavam
casos de corrupção.
"O Brasil já vinha tendo um desempenho ruim no
indicador relativo aos ataques contra jornalistas por causa dos incidentes dos
anos anteriores", explicou a pesquisadora. "Achamos que neste
relatório não precisávamos rebaixar a nota do país ainda mais."
Na mais recente avaliação, o país obteve uma pontuação de 45
em uma escala que vai de zero a cem (zero sendo o melhor cenário). A média das
Américas é de 39.
Entre 197 países do ranking de liberdade de imprensa, o país
ficou na 90ª posição, empatado com Moçambique.
No ano anterior, a Freedom House destacou inúmeras fontes de
ameaça à atividade jornalística durante as eleições para prefeito – as mais
preocupantes delas, os assassinatos de profissionais que investigavam casos de
corrupção. Essa é uma preocupação que pode voltar neste ano de 2014.
A entidade também detecta tentativas encobertas de censura
através de medidas judiciais obtidas por políticos poderosos contra jornalistas
e dos inúmeros pedidos de remoção de reportagens publicadas na internet.
Já no relatório do ano passado a Freedom House apontava que
"a internet, incluindo tanto pequenos sites e blogs quanto gigantes, como
o Google, foram particularmente atingidos por censura judicial".
"Google foi forçado a remover ou modificar mais de 300 itens oline
relacionados às eleições municipais de 2012."
"Por exemplo, inúmeros jornais, rádios, canais de TV e
websites foram proibidos de mencionar o nome do prefeito eleito da cidade de
Campo Mourão, no Paraná, ao discutir uma investigação de suposta compra de votos."
A concentração dos principais veículos de imprensa na mão de
poucos grupos econômicos – e a proximidade de políticos poderosos com os donos
dos conglomerados de mídia – é lembrada como "um dos maiores obstáculos
para a diversidade da mídia no Brasil".
LIBERDADE DE IMPERENSA CHEGA AO PIOR NIVEL DA DÉCADA
No resto do mundo, a liberdade de imprensa em 2013 chegou ao
"pior nível da década", disse a Freedom House.
As esperanças geradas pela Primavera Árabe amargaram e
"grandes retrocessos" foram registrados no Egito, Líbia e Jordânia,
disse a organização.
Para a ONG, a liberdade de imprensa nos Estados Unidos
também se deteriorou, devido aos esforços do governo do presidente Barack Obama
de inibir reportagens sobre temas de segurança nacional.
A entidade calcula que apenas 14% da população mundial vive
em países com imprensa livre: onde a cobertura noticiosa é robusta, os
jornalistas trabalham em segurança e os veículos não sofrem interferência do
governo nem pressões econômicas e judiciais onerosas.
A lista dos "bons" países é encabeça pela Suécia e
segue com Noruega, Holanda, Finlândia, Bélgica, Suíça e Luxemburgo.
Os países com a pior colocação são Coreia do Norte,
Turcomenistão, Uzbequistão, Eritreia, Belarus, Cuba, Guiné Equatorial e Irã.
FONTE: BBC DO BRASIL - Edição JM










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