ATENTADO TERRORISTA AO JORNAL CHARLIE HEBDO, MATA DOZE DEIXA ONZE FERIDOS, NA FRANÇA
IDENTIFICADOS 3 TERRORISTAS SUSPEITOS DO ATAQUE AO JORNAL CHARLIE HEBDO
Ja foram identificados, na tarde da quarta-feira,(7), três suspeitos pelo ataque terrorista à Revista Charlie Hebdo, segundo informações da imprensa francesa. Eles seriam os irmãos Chérif e Hayd Kouachi, de 34 e 32 anos anos, além de Hamyd Mourad, de 18 anos, que seria sem-teto.
Os suspeitos seriam da região de Gennevilliers, no noroeste de Paris. As autoridades ainda não confirmaram se o trio foi preso. As fotos dos irmãos Kouachi, que são filhos de pais imigrantes argelinos e nasceram na capital francesa, foram vazadas em redes sociais.
A noite, quarta-feira, uma mega operação foi posta em andamento em Reims, no noroeste da França, onde a polícia acredita estarem escondidos os suspeitos. O prédio está cercado por mais de 20 agentes da polícia francesa. No local, uma homem, ainda não identificado, teria sido detido, segundo repórteres franceses, que estão no local.
Prédio que seria local de esconderijo de terroristas fica na região de Reims, no noroeste da França Foto: Reprodução / Google Maps
À Reuters, uma fonte da polícia francesa afirmou que um dos irmãos, Chérif, tinha sido previamente julgado por acusações de terrorismo. Segundo a agência AP, ele foi condenado a 3 anos de prisão por cooptar jovens franceses para atuar como combatentes jihadistas no Iraque. Mas ele só ficou detido por 1 ano e meio e depois respondeu ao resto da pena em liberdade.
O trio seria militante do movimento fundamentalista islâmico.No Facebook, uma comunidade que pede a prisão dos três suspeitos divulgou informações sobre eles.
DOIS POLICIAIS ENTRE OS MORTOS
De acordo com o "Le Monde", entre as 12 vítimas do atentado, estão o policial Franck Brinsolaro. Ele foi morto dentro da redação. Já o agente Ahmed Merabet morreu na rua, durante a fuga dos suspeitos.
Além deles, Frédéric Boisseau, de 42 anos, funcionário da Sodexo que trabalhava no prédio da revista, e Michel Renaud, que visitava a redação, também foram mortos.
A Charlie Hebdo era conhecida por fazer duras críticas a religiões, incluindo o Islã. Em 2011, após a publicação de uma charge contra um líder muçulmano, a revista foi alvo de um atentado a bomba. Na ocasião, ninguém ficou ferido.
Os homens armados fugiram em direção aos subúrbios ao leste de Paris após roubarem um carro, de acordo com a polícia.
Hollande decreta luto por três dias pelo atentado e morte de chargistas do jornal Charlie Hebdo
O presidente da França, François Hollande, decretou, em pronunciamento aos franceses, luto de três dias no país em memória das vítimas do ataque terrorista contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris.
De acordo com as autoridades policiais, três homens invadiram o prédio do jornal e mataram os recepcionistas, dois policiais e cartunistas famosos que realizavam uma reunião de pauta.
Foram confirmadas 12 mortes e 11 pessoas feridas, incluindo quatro em estado grave. Entre os corpos já identificados, estão os dos cartunistas Georges Wolinski, considerado um dos maiores do mundo, Jean Cabu, Bernard Verlhac, conhecido como Tignous, e Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, diretor do jornal.
"Chargistas de muito talento foram mortos. Hoje eles são nossos heróis e, por isso, amanhã será dia de luto nacional”, anunciou o presidente. Hollande disse que, ao meio dia, haverá um momento de recolhimento no serviço público e convidou toda a população a participar. As bandeiras francesas ficarão hasteadas a meio mastro por três dias.
Hollande pediu unidade à população para responder à altura o crime praticado contra a nação. “A nossa melhor arma é a nossa unidade. Nada pode nos dividir, nada pode nos separar”, disse o presidente.
Ele também informou que a segurança será reforçada para evitar novos ataques, principalmente em locais públicos. A polícia francesa ainda está à procura dos assassinos. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques.
“Grupos alemães dizem que ataque em Paris revela ameaça islâmica”
"BERLIM (Reuters) - Grupos anti-imigrantes na Alemanha, como o Pegida e o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), aproveitaram o ataque mortal desta quarta-feira em Paris para dizer que o acontecimento evidenciou a ameaça da violência islâmica.Pelo menos 12 pessoas foram mortas quando homens armados invadiram a redação de uma revista satírica francesa conhecida por satirizar o Islamismo radical.
"Este banho de sangue comprova que estão errados aqueles que riram ou ignoraram os temores de tantas pessoas sobre o perigo iminente do islamismo", disse Alexander Gauland, líder regional do AfD. "Isso dá um novo poder para as demandas do Pegida."
O movimento Pegida, ou Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente, reagiu fortemente ao ataque de Paris.
"Os islâmicos, contra quem o Pegida vem alertando ao longo das últimas 12 semanas, mostraram hoje na França que eles não são capazes de (praticar a) democracia, mas que veem a violência e a morte como solução", escreveu o movimento em sua página no Facebook.
"Nossos líderes políticos querem nos fazer acreditar que o contrário é verdadeiro?", acrescentou o grupo. "Será que primeiro uma tragédia como esta terá de acontecer na Alemanha?"
Um importante aliado da chanceler alemã, Angela Merkel, criticou os comentários do partido eurocético AfD. "É sórdido instrumentalizar o ataque para fins políticos", disse o líder parlamentar Volker Kauder à revista online Focus.
Merkel e seu governo condenaram o movimento popular Pegida, que atraiu um público recorde de 18 mil pessoas à sua mais recente manifestação em Dresden na segunda-feira.
O Pegida tem atraído o apoio de alemães comuns e de extrema-direita alarmados com um aumento acentuado no número de refugiados no país, muitos dos quais estão fugindo de conflitos no Oriente Médio. (Reportagem de Erik Kirschbaum) Fonte WEB/O GLOBO (Assinante)
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