ROCINHA,
VIDIGAL E CHÁCARA DO CÉU INVADIDAS PELA MARINHA, PM, BOPE E POLÍCIA CIVIL
A pacificação das comunidades da Rocinha, do Vidigal e da
Chácara do Céu, na Zona Sul do Rio, foi iniciada na madrugada de domingo,(13). Os
Batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope) e de Choque, com o apoio da
Polícia Civil, de helicópteros das polícias Civil e Militar, veículos blindados
dos Fuzileiros Navais, agentes da Polícia Rodoviária e efetivos da Polícia
Federal, começaram a Operação Choque de Paz às 4h.
Os policiais do Batalhão de Operações Especiais encontraram vários obstáculos na entrada da favela. Entre eles, óleo que foi jogado nas vias de acesso, dificultando a movimentação dos carros do batalhão, os chamados "caveirões". Os obstáculos, no entanto, foram transpostos com a entrada dos veículos da Marinha chamados "lagartos anfíbios", que pesam 22 toneladas e têm capacidade para 25 fuzileiros.
Duas horas depois, o Bope anunciou a tomada completa das
três comunidades, sem qualquer confronto com os traficantes, sem disparar um único
tiro, como disse depois, o Secretário de Segurança do Rio, Jose Mariano Beltrame. Mas para onde foram os
200 bandidos que dominavam as favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu?. E se fugiram , com a anunciada “operação de guerra”,
para onde foram? Estas perguntas inquietaram a imprensa e especialistas no
assunto.
Cabral é questionado sobre paradeiro
dos 200 bandidos
Sobre o paradeiro dos 200 bandidos desaparecidos,- apenas um
traficante foi preso na operação,- o governador Sérgio Cabral se esquivou.
"Você tem que perguntar isso ao secretário de segurança. Governador não é
especialista em segurança, é gestor de pessoas", disse.
O secretario Jose
Mariano Beltrame , (foto acima) admitiu que ainda há muitos bandidos foragidos, mas que o
principal objetivo das forças policiais era de devolver o território para o
Estado e para a população.
-Esse trabalho ainda é muito prematuro, temos apenas 4h de
operação, e agora foi dado o ponto para que as instituições começassem a
varredura", disse Beltrame.
E continuou : "Já temos armas e motocicletas
apreendidas, mas a área é muito grande", informando ainda que até o fim do dia se reuniria novamente com a imprensa com novas
informações.
OCUPAÇÃO TOTAL
Poucos minutos após a ocupação total, os blindados da
Marinha começaram a deixar as comunidades. Também foram vistas, especialmente
na entrada da comunidade, muitas motocicletas abandonadas, inteiras ou
carcaças. Em novembro do ano passado, na ocupação da favela do Cruzeiro, cerca
de 300 motos foram apreendidas.
Momentos antes da ação na maior comunidade da América
Latina, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, conversou com a tropa
de 400 policiais do Bope. O secretário motivou os policiais que participam da
ocupação, quando parte dos tanques partiu do 23º Batalhão de Polícia Militar, no Leblon.
Moradores do bairro também acompanharam a partida da tropa, que foi aplaudida.
No Vidigal, estão a Polícia Civil e o Choque.
Cerca de 3 mil homens participam da operação, com o apoio de
seis blindados do Bope, 18 blindados da Marinha, quatro helicópteros da PM e
três, da Civil. No total, mil homens das forças policiais do Estado estão nas
três comunidades, além de 194 fuzileiros navais, 160 agentes da Polícia Federal
e 46 policiais da Polícia Rodoviária. A Polícia Civil participa com 186
agentes. Outros 1,3 mil homens estão mobilizados para a Operação Choque de Paz
em diversos pontos da cidade.
Depois do processo de retomada do território antes dominado
por criminosos, as comunidades receberão em breve a 19ª Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) do Estado.
O efetivo e o número de bases operacionais da
nova UPP serão definidos após reconhecimento do terreno pela Coordenadoria de
Polícia Pacificadora (CPP). Com a pacificação, os 72.458 moradores da Rocinha,
e os 11.321 do Vidigal e Chácara do Céu, além da população que vive no entorno
das comunidades, serão beneficiados.
A
META DO GOVERNO DO RIO É DE INSTALAR 40 UPPs NO RIO ATÉ 2014
O secretário estadual de Segurança Pública do Rio de
Janeiro, José Mariano Beltrame, comemorou a ocupação pela polícia das
comunidades da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu, na zona sul, domingo,(13) de forma pacífica e disse que a
meta de atingir 40 unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na cidade está
mantida. Contando com a da Rocinha, chega a 19 o número de UPPs já implantadas.
Segundo o secretário, o objetivo era devolver o território à
população "sem disparar um tiro e sem derramar uma gota de sangue, seja de
quem for".
"O que se tem de concreto é a libertação dessas pessoas
do jugo do crime, do jugo do fuzil. O nosso trunfo é ação combinada e quebra de
paradigma territorial", disse durante entrevista coletiva, no fim da manhã
deste domingo, no 23º Batalhão de Polícia Militar, no Leblon, zona sul da
cidade.
José Mariano Beltrame enalteceu o trabalho da polícia que é
desenvolvido muitas vezes num ritmo mais lento do que a sociedade espera, mas
"com passos sólidos", disse.
Beltrame admitiu que a realização de novos concursos e o
cronograma de formação de policiais para atuar nas unidades de Polícia
Pacificadora (UPP) são "questões que precisam ser enfrentadas". Ele
ressaltou, no entanto, que o plano de expansão das UPPs para atingir 40
unidades até 2014, conforme previsto pelo governo, está mantido.
-Todas essas questões são importantes e têm que ser
enfrentadas. Podem cobrar do administrador público atitude, mas não podemos
deixar de fazer achando que não vamos conseguir. Este programa está previsto,
foi estabelecido nas 40 unidades, tem condição de acontecer e assim será
feito" afirmou.
Sobre a instalação da UPP na Rocinha, Beltrame reafirmou que
ainda não há data definida. Segundo ele, as tropas policiais que ocupam a
comunidade é que vão indicar o momento adequado para que a transição seja
iniciada.



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