BANCOS PRIVADOS RECLAMAM DA PRESSÃO DA PRESIDENTE DILMA POR
JUROS MENORES.SEGUNDO DILMA “É INADMISSÍVEL QUE O BRASIL CONTINUE COM UM DOS
JUROS MAIS ALTOS DO MUNDO”
Está mais do que claro
que os bancos privados , que durante décadas vem lucrando com uma política de juros
exorbitantes, não queiram ceder a idéia de baixar os juros que tem sido o
grande filão de um enriquecimento cada
vez maior dos bancos privados.
Vai daí que em seu relatório semanal, a Federação Brasileira
de Bancos - Febraban - rebateu
segunda-feira (7) a pressão do governo federal para que os bancos privados
reduzam suas taxas de juros. O material é assinado pelo economista-chefe da
federação, Rubens Sardenberg.
O PENSAMENTO DOS BANQUEIROS
O texto, que trata das medidas recentes do governo para
abrir espaço para queda da Selic, a entidade diz acreditar que a taxa que serve
como base para as demais taxas de juros do país,cairia naturalmente devido à
crise na economia mundial.
"Nesse sentido, enquanto não houver indicações de uma
recuperação importante da atividade doméstica e/ou seguirmos assistindo a uma
piora das expectativas em relação ao cenário externo, o Copom continuará
reduzindo a taxa Selic."
As declarações da entidade acontecem uma semana após a
presidente Dilma Rousseff, em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV,
dizer que é "inadmissível que o Brasil continue com um dos juros mais
altos do mundo", em um recado claro aos bancos privados, que resistem em
reduzir suas taxas mesmo após sucessivos cortes da Selic.
"Alguém já disse que 'você pode levar um cavalo até a
beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água'. É possível criar
condições mais favoráveis à expansão do crédito reduzindo as taxas básicas, mas
uma ampliação efetiva das operações passa por uma postura mais agressiva, tanto
dos emprestadores como dos tomadores de crédito, que por sua vez depende de
expectativas econômicas mais otimistas", diz o relatório da Febraban
divulgado segunda-feira.
Segundo a entidade, esse é um paradoxo da conjuntura atual.
"A piora nos indicadores [especialmente externos] abre espaço para quedas
adicionais dos juros básicos, mas ao mesmo tempo parece impor uma cautela
adicional aos agentes econômicos."
Os bancos sinalizam que a redução da Selic pode não
beneficiar ou chegar aos consumidores por dois motivos: as instituições podem
segurar o volume de empréstimos (devido ao grau de insegurança e crescente de
inadimplência) ou consumidor pode não ir atrás desses recursos porque já está
endividado.
Os resultados financeiros de alguns bancos demonstram
desaceleração do lucro impulsionados pelo aumento do provisionamento com
inadimplência (montante que um banco reserva para se proteger do inadimplemento
de clientes).
Antes da medida anunciada, o governo pressionou os bancos
privados a baixarem as taxas de juros de suas operações, o que já havia gerado
um desconforto entre o presidente da instituição, Murilo Portugal, e o
Planalto, que forçou os bancos a reduzir os lucros ao diminuir os
"spread" bancário.
O spread (diferença entre o custo dos bancos para captar
recursos e o que cobram na ponta, de consumidores e empresas) ficou em 28
pontos percentuais no mês passado, abaixo dos 28,5 pontos percentuais
registrados em fevereiro. As mudanças ainda demoram a ser sentidas pelo
consumidor.
A queda de braço da Febraban e o governo teve a pressão
aumentada pela redução nas linhas de crédito dos bancos públicos, capitaneada
pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Dados divulgados no fim de abril pelo Banco Central apontam
que a inadimplência dos consumidores ficou em 7,4% em abril. No caso das
empresas, o atraso de mais de 90 dias nos pagamentos se manteve em 4,1%.
Segundo afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco
Central, Túlio Maciel, no fim de março, a cautela dos bancos é consistente com
o patamar de inadimplência relativamente alto observado ao longo de 2011 e que
se manteve no primeiro bimestre de 2012.
relação do crédito com o PIB (Produto Interno Bruto) ficou
estável na relação com janeiro, com 48,8% e avançou ante o percentual de 45,1%
registrado no mesmo mês de 2011.
composição crédito/PIB, os bancos públicos respondem por
21,4% do PIB, ante 19% em igual período de 2011, a das instituições privadas
nacionais a 19%, ante 18,4%, e a das estrangeiras a 8,4%, comparativamente a
7,8%, consideradas as mesmas bases de comparação.
PARABÉNS A PRESIDENTE DILMA
De parabéns a presidente Dilma pela coragem de mexer num "vespeiro",
que nem Lula, ou outros governantes, (pelo menos de Getúlio Vargas para cá), tiveram condições de mexer: nos juros, enfrentando a sanha gananciosa dos banqueiros privados,
que cobram taxas de juros acima de 10% para o cheque especial e 15 ou
16%, nos cartões de crédito.
Na verdade,, como disse a
presidente, é "inadmissível que o Brasil continue com um dos juros mais
altos do mundo”.O Brasil não tem necessidade de pagar juros tão altos, favorecendo,
única e exclusivamente os banqueiros , e
a sua fonte de lucros exorbitantes, que tem gerado o empobrecimento da classe média e dos trabalhadores , que caíram
na armadilha dos cheques especiais ou dos cartões de crédito. (NOTA DO EDITOR)
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