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Ano 6 - Edição 2451-

- Março

2016 -

Fortaleza-Ceará-Brasil

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

UM CONTO DE NATAL DO ESCRITOR ÓRION LIMA, AUTOR DA "TRILOGIA DE MIM MESMO" EDITADO PELA SARAIVA EDITORA, NA COLEÇÃO E BOOKS. QUE O ESPIRITO DO NATAL, REPRESENTADO PELA VINDA DO SALVADOR, SEJA A CHAMA RENOVADORA NO CORAÇÃO DA HUMANIDADE.


NATAL DOS TEMPOS IDOS QUE NÃO VOLTARÃO JAMAIS!
O tempo passou, mas ainda tinham  saudades do natal dos tempos idos que não voltarão  jamais: a mãe na cozinha, o peru assando no forno e o entra e sai dos irmãos.

A tia mais nova, sentada à mesa, o pai conversando com ela, com um copo de vinho na mão. Todos em expectativa esperando a hora da ceia, quando toda família estaria reunida.

Ainda  tem saudades do natal dos tempos idos, que não voltarão jamais. A lapinha montada na sala, feita de papel de embrulho, pintado para parecer uma gruta. O menino Deus de braços abertos, Maria, José, os três Reis magos, os anjos tocando cornetas, cantando louvores ao menino Rei.

Saudade daqueles tempos idos, de sentimentos vivos, cheios de fé. Tinha saudade daqueles tempos idos que não voltarão jamais: o pai, a mãe, irmãos, tias, cunhadas e sobrinhos, se reuniam para homenagear a vinda do Deus Menino.

A ceia só era servida, quando o irmão mais graduado chegava, com seus galões nos ombros. Uma maneira velada de homenagear o que mais se destacara nas artes da guerra.

E nós ficávamos pelos cantos, como gatos espiões, a tudo observando e esperando o desfecho de tudo. Nós gatos espiões encostados pelos corredores esperando ser servidos ou amados. Mas ali se amava os iguais os que professavam a mesma religião.

Mesmo assim tinha saudade daqueles tempos idos e dos natais. Não estavam ali para comer e se empanturrar. Não estavam ali para esperar ou mendigar amor.  Queriam dar amor, amar e não, ser amados.

Ele, o príncipe da Paz, morrera por todos e veio para todos e não para os adeptos de uma determinada religião. Dos que se dizem cristãos, mas que não lhe seguem os passos e os ensinamentos.

Mesmo assim tinha saudade dos natais dos tempos idos. A mãe morreu, o pai e uma tia, também.  E até um irmão mais novo, cedo partiu. Só eles ficaram para lembrar-se dos tempos idos que não voltarão jamais.

Foram tempos felizes, mesmo na indiferença, na pobreza. Foram tempos cheios de esperanças, embora ficassem pelos cantos como gatos espiões, sem ser compreendidos ou amados.

Sabiam que na vida é mais importante dar, do que receber, compreender do que ser compreendido, amar, que ser amado. No final das contas tudo passaria mesmo, quisessem ou não, pois nem os natais suportam a ação devastadora do tempo, esse restaurador das igualdades e construtor de destinos.

Quem, em sã consciência poderia dizer que passado tantos anos estariam ali, recordando natais dos tempos, que não voltarão jamais?

O tempo passou e mudou a mentalidade dos que ficaram. Afinal, a mãe tinha um filho todo ano e dos treze, criou nove. A família se uniu em torno da tia mais velha, beirando os cem anos. E  lá e, em torno dela,  aprenderam a amar uns aos outros. Os natais voltaram a serem festejados, aniversários e muitas confraternizações.

Também o preconceito religioso foi diminuindo e as diferenças em torno da fé se apascentaram. Mas nunca mais tudo foi como antes: havia preconceitos, diferenças religiosas, mas  muito amor embutido na força mágica e coercitiva daquela  mãe. Por isso, seguindo o irmão mais velho, todos a chamavam de “mãezinha”!
 (Reeditado  em HISTÓRIAS DA CRUCIFICAÇÃO, da coleção  digital ,e Books, da Editora Saraiva e Siciliano -2013)

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