A presidente Dilma Rousseff deverá participar, no dia 24, de
uma reunião de cúpula entre o Brasil e a União Europeia (UE) em Bruxelas,
eliminando especulações anteriores de que o encontro seria cancelado. A informação foi dada pelo Palácio do Planalto
na sexta-feira (14).
A confirmação da participação da presidente no encontro,
revelada por Dilma em um discurso feito em Manaus, contraria o que havia sido
anunciado anteriormente tanto por um porta-voz da Presidência da Comissão
Europeia quanto pela organização Business Europe, equivalente na Europa à
Confederação Nacional da Indústria (CNI) brasileira.
Empresários europeus haviam inclusive planejado enviar, na
próxima semana, uma carta à União Europeia criticando a suspensão da cúpula,
alertando sobre o impacto da decisão nas relações comerciais entre os dois
sócios estratégicos.
O encontro - que ocorre no momento em que UE e Mercosul se
preparam para trocar propostas para o estabelecimento de um acordo bilateral de livre comércio - deve ocorrer após a ida da presidente ao Vaticano, no
próximo fim de semana, onde Dilma irá acompanhar a ordenação como cardeal do
arcebispo do Rio de Janeiro, de dom Orani Tempesta.
Liberalização
“Esse evento é uma oportunidade para que os empresários dos
dois lados apresentem suas prioridades para facilitar investimentos e melhorar
as relações", disse à BBC Brasil ,Eleonora Catella, conselheira da Business
Europe para tratados de livre comércio e o Mercosul.
Os empresários europeus esperam que a reunião entre Dilma e as
maiores autoridades europeias permita uma aproximação de posições com respeito
ao acordo comercial que UE e Mercosul negociam há anos.
A Business Europe que que a Comissão Europeia "acelere
a troca de ofertas de liberalização com o Mercosul para avançar nas
negociações", explicou Catella.
O intercâmbio estava previsto inicialmente para dezembro,
mas foi adiado repetidas vezes e a expectativa agora é de que ocorra até o
final de março.
O acordo bilateral criaria um mercado livre de 750 milhões
de pessoas e um comércio anual de cerca de US$ 130 bilhões (R$ 315 bilhões).
Pesguntada sobre a recente decisão da União Europeia de
apresentar uma queixa contra o Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio),
Catella – que indicara que a possível suspensão da cúpula "evidenciaria
que as relações da UE com o Mercosul continuam difíceis" – ressaltou que
"reuniões bilaterais de alto nível servem para buscar soluções amigáveis a
esse tipo de questões".
"A UE tem várias disputas com os Estados Unidos na OMC
e isso não os impediu de iniciar negociações para um tratado de livre
comércio."
"A UE tem várias disputas com os Estados Unidos na OMC
e isso não os impediu de iniciar negociações para um tratado de livre
comércio", ponderou a conselheira.
A cúpula bilateral deve ter a assinatura de um acordo para a
abertura mútua dos mercados europeu e brasileiro de transportes aéreos.
Bruxelas tem pressa em concluir essas negociações para
aproveitar as oportunidades oferecidas pela realização da Copa do Mundo e da
Olimpíada de 2016 no Brasil.
Se o calendário for cumprido, o pacto aumentará o tráfico
aéreo entre o país e o velho continente em 335 mil passageiros só no primeiro
ano de sua entrada em vigor e gerará US$ 630 milhões anuais em benefícios,
segundo as estimativas europeias.
Outro acordo sendo preparado diz respeito à construção de um
cabo submarino de fibra óptica entre o Brasil e a UE, projeto desenhado para
reduzir em até 15% os custos de transmissão de dados digitais entre os dois
sócios.
Dilma e os líderes europeus devem analisar as possibilidades
para completar o financiamento da obra, avaliada em 245 milhões de euros.
O Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social brasileiro (BNDES) prometeram contribuir com
100 milhões de euros cada, mas falta encontrar investidores para cobrir os 45
milhões restantes. Fonte: BBC DO BRASIL




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