CREMADO NO CEMITÉRIO DO CAJU O CORPO DO CINEGRAFISTA DA BAND MORTO
POR UM ROJÃO EM MANIFESTAÇÕES DE RUAS NO RIO
Foi velado e, posteriormente cremado , no Memorial do Carmo,
na zona central do Rio, com uma bandeira do Flamengo cobrindo seu caixão, o
corpo do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, morto após ser atingido por um rojão
em manifestação de rua, no Rio.
A cremação do corpo do cinegrafista Santiago Andrade foi
realizada, também, no cemitério do Caju, na quinta-feira (13) na Zona Portuária
do Rio. A cremação foi restrita aos amigos próximos e familiares.
O velório contou com a presença de jornalistas, policiais
militares que são amigos da família, e do Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta.
Durante a cerimônia, foram soltas pombas brancas, simbolizando o desejo de paz
que habita no coração dos cariocas, já tão cansados de tragédias, violência e
outras atrocidades.
Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Bandeirantes,
ressaltou a importância de levar a discussão sobre a violência em manifestações
à esfera legislativa.
-Mais uma vez uma
tragédia que poderia ter sido evitada se tantas providências necessárias
tivessem sido tomadas antes. Hoje há uma discussão em Brasília sobre a mudança
na legislação, mas eu acho que é muito mais do que isso que a gente precisa. Há
uma irracionalidade e desordem absurdas, isso todo mundo vê. Acho que durante um certo tempo todos vimos
isso com uma naturalidade que não é adequada. Você não pode imaginar que
mascarados sejam vistos como representantes de algo legítimo, afirmou.
A DOR DA VIÚVA
Arlita Andrade, viúva do cinegrafista Santiago Andrade disse
durante o velório do marido , no Memorial
do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio, que “sente pena dos jovens que acenderam o rojão que feriu
gravemente e levou a morte de seu marido.”
"Todas as crianças que passaram por mim não foram
violentas. Tenho muita pena desses dois rapazes, queria pedir a todo mundo: por
favor, sejam mais amigos, sejam mais tranquilos, tenham amor um pelo
outro", disse Arlita Andrade.
Arlita Andrade também comentou que sentia preocupação com a
função do marido, mas que ele gostava de trabalhar cobrindo fatos de
repercussão.
Arlita Andrade chegou
ao memorial por volta das 8h30 usando uma camisa do Flamengo, time do coração
do cinegrafista, com uma homenagem nas costas.
"Santiago sempre te amarei", disse, fazendo alusão ao grito de guerra do time rubro negro,
cantado pelas torcidas em todo pais.. Vanessa Andrade, filha de Santiago, também esteve presente ao velório e cremação.
Vanessa fez um pronunciamento dentro da capela agradecendo a
presença de todos os amigos e familiares e disse que pretende cobrar pela
segurança de quem trabalha em situações de risco. "Eu não vou deixar o
nome do meu pai em vão. Eu vou exigir da Band que dê segurança aos seus funcionários", disse, bastante
emocionada.
Jornalistas que
conheciam Andrade chegaram ao velório vestindo uma camisa com uma charge em
homenagem ao profissional da TV Bandeirantes, onde na parte de trás podia se
ler: "Poderia ter sido um de nós".
“Colegas de trabalho também relembraram os momentos de alegria
e descontração do amigo. Ele era um cinegrafista que gostava do jornalismo do
cotidiano, do factual. Sempre foi muito cavalheiro, gentil, trabalhava de peito
aberto e acompanhou meu crescimento na carreira desde o inicio", disse a
apresentadora Mariana Rosadas.
O comandante da PM, Coronel Luís Claudio Castro, e os
comandantes das UPPs, Frederico Caldas, também compareceram ao velório para
prestar solidariedades. Os dois não vestiam as fardas da corporação.
O Cardeal e Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, celebrou a
missa de corpo presente. Depois o corpo de Santiago de Andrade foi levado para outra
sala, onde a família realizou uma cerimonia fechada.
"A vida humana é
muito importante para ser dizimada desta forma. Nós temos o direito de se manifestar,
mas nunca de tirar a vida do outro, levando em consideração respeitar o
outro", disse o cardeal E Arcebispo do Rio , Dom Orani Tempesta.
O cinegrafista da
Band foi atingido na cabeça por um rojão quando registrava o confronto
entre a Polícia Militar e manifestantes há uma semana na Central do Brasil, no
Centro do Rio. Andrade sofreu um afundamento do crânio, foi submetido a uma
cirurgia e passou quatro dias internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do
Hospital Municipal Souza Aguiar, mas na segunda-feira, teve morte cerebral, e a
família decidiu doar os órgãos do cinegrafista.
Na praia de Copacabana, na Zona Sul, o movimento Rio de Paz
estendeu uma cruz preta de 15 metros para homenagear o cinegrafista. Uma câmera
com flores, uma faixa com a foto dele e uma mensagem também compunham o
cenário. Fontes: Estadão/G1/WEB





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