ESCÂNDALOS POLÍTICOS QUE
ABALARAM A POLÍTICA
PARTIDÁRIA BRASILEIRA
São Paulo – “Operação Lava Jato, Mensalão Tucano e Pasta
Rosa. Se você acompanhou os últimos debates eleitorais, deve ter percebido que
os nomes dos principais casos de corrupção do país foram disparados pelos
candidatos à Presidência.
Os escândalos protagonizaram os ataques e foram usados como
munição tanto por Dilma Rousseff (PT) quanto por Aécio Neves (PSDB) em uma das
corridas eleitorais mais agressivas dos últimos anos.Relembre e entenda os casos citados pelos presidenciáveis.
Operação Lava Jato
Denúncias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo
Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, apontam o envolvimento de
executivos da estatal, políticos e empreiteiras em desvios de recursos em
contratos da empresa. Segundo Costa, o PT ficava com até 3% do valor dos
contratos.
A investigação, iniciada pela Polícia Federal na Operação
Lava Jato, está sob sigilo de Justiça, mas parte do conteúdo de depoimentos
vazou por meio de veículos de imprensa durante as eleições.
O principal processo trata da lavagem de dinheiro nas obras
da refinaria de Abreu e Lima, localizada em Pernambuco. O TCU (Tribunal de
Contas da União) apontou reajustes irregulares nos contratos da Petrobras com
empreiteras que resultaram em superfaturamento de R$ 367 milhões.
As acusações, que atingem majoritariamente políticos do PT e
de partidos aliados, PMDB e PP, foram um prato cheio para Aécio contra Dilma.
Ainda assim, parte do escândalo respingou no PSDB, já que o
então presidente nacional do partido, Sérgio Guerra – morto em março deste ano
–, é suspeito de ter cobrado R$ 10 milhões do ex-diretor da Petrobras para
encerrar a CPI sobre o caso no Senado. Dilma aproveitou o fato para atacar o
adversário. A denúncia foi feita em depoimento por Leonardo Meirelles, réu da
operação e laranja de Youssef, mas a defesa do doleiro nega que a suposta
negociação com os tucanos.
Segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pela Revista
VEJA, o doleiro teria dito à PF que tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva quanto Dilma "sabiam de tudo" sobre o esquema. A expectativa é
que a informação seja usada por Aécio no debate desta sexta-feira.
Porto em Cuba
A inauguração do Porto de Mariel, situado 45 km a leste de
Havana, em Cuba, contou com a presença de Dilma em janeiro deste ano. O
empreendimento recebeu US$ 802 milhões em financiamento pelo BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), suscitando críticas por parte
da oposição.
Aécio defende que os recursos deveriam ser aplicados no
próprio Brasil e não em Cuba. Em resposta, a presidente defende que o porto
poderá aumentar "substancialmente" o volume de comércio da ilha,
beneficiando empresas brasileiras.
Pasta Rosa
Em 1990, foram divulgados documentos comprovando uma
contribuição de US$ 2,4 milhões do Banco Econômico para as campanhas de
diversos candidatos que se tornariam aliados do governo tucano. Na época,
empresas eram proibidas de financiar candidaturas.
O presidente do banco, Angelo Calmon de Sá chegou a ser
indiciado pela Polícia Federal, mas, em 1995, no governo FHC, o
procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, arquivou o caso. Ninguém foi
punido.
Sivam
Na década de 1990, entre os mandatos de Itamar Franco e de
Fernando Henrique Cardoso, a contratação de uma empresa americana sem licitação
também acabou sem punições.
Escutas telefônicas gravadas pela Polícia Federal revelaram
que o embaixador Júlio César Gomes dos Santos e o empresário José Afonso
Assumpção teriam recebido propina para defender os interesses da Raytheon. A
empresa dos EUA conquistou, sem licitação, um contrato de US$ 1,4 bilhão do
Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam).
A denúncia resultou na demissão do então ministro da Aeronáutica,
Mauro Gandra, que estava na linha de frente das negociações, e no afastamento
de Júlio César, hoje embaixador em Roma. Uma CPI sobre o tema foi encerrada em
2002 , mas ninguém foi considerado culpado.
Mensalão tucano
Conhecido como embrião do mensalão federal, o esquema de
caixa dois ocorreu em Minas Gerais, em 1998, no governo de Eduardo Azeredo
(PSDB). Segundo denúncias, estatais mineiras teriam investido R$ 5,17 milhões
no esquema de arrecadação paralela do tucano.
Diferentemente do que aconteceu com o mensalão do PT, o
mensalão mineiro ou tucano foi desmembrado no STF e a maioria das ações passou
a tramitar na Justiça comum. Até hoje, ninguém foi condenado.
Cartel na CPTM e no Metrô de SP
A imprensa internacional e o Ministério Público brasileiro
identificaram a formação de cartel em contratos do Metrô e da CPTM, empresas
estatais do governo de São Paulo, entre 1998 e 2008 - governos tucanos de
Geraldo Alckmin, José Serra e Mário Covas.
Atualmente, 34 executivos de multinacionais como Siemens,
CAF e Alstom são investigados pelo Ministério Público. Até o momento, ninguém
foi punido no Brasil.
Nepotismo
Dilma acusou Aécio de empregar parentes durante o seu
governo em Minas Gerais. Segundo a presidente, o tucano mantém “uma irmã, um
tio, três primos e três primas”. Andrea Neves, sua irmã, trabalhou no Serviço
Voluntário de Assistência Social da gestão de Aécio, um serviço sem
remuneração, e, hoje, ela trabalha na campanha do candidato.
Como troco, o tucano disse que Igor Rousseff, irmão da
petista, foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel e nunca apareceu para
trabalhar. “A senhora diz que não nomeia parentes, mas a senhora pede para seus
aliados nomearem", afirmou Aécio.
A informação de que Igor não trabalha
foi desmentida pelo governador eleito de Minas Gerais.
A legislação atual não especifica se o nepotismo se dá
quando a nomeação é feita pelo próprio parente ou por políticos aliados.
Aeroporto de Cláudio
O governo de Aécio em Minas Gerais gastou R$ 13,9 milhões em
verbas públicas para construir um aeroporto dentro de uma fazenda que pertence
ao tio-avó do candidato do PSDB. O empreendimento fica no município de Cláudio,
a 150 km de Belo Horizonte.
O tucano defende que a escolha do local permitiu que a obra
fosse realizada com custo reduzido. A petista vê irregularidades no uso de
dinheiro público em uma obra privada.
O aeroporto ainda não foi homologado para uso público pela
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o acesso continua restrito aos donos
da fazenda". FONTE: MSN.COM.BR
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