Marcha
histórica contra o terror: mais de um milhão saem às ruas em Paris
Numa marcha histórica contra o terror, mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas da capital
francesa, no domingo (11), para protestar contra os ataques ocorridos na semana
que findou.
Centenas de milhares de pessoas participam de uma marcha de
união na tarde de domingo, no centro de Paris, para homenagear os 17 mortos em
três dias de atentados na França.
O governo do presidente François Hollande estimou que mais de
um milhão de pessoas participariam do ato. A multidão começou a se movimentar
por volta de 15h30 (12h30 em Brasília).
Diversos líderes mundiais caminharam para se juntar aos
manifestantes, entre eles o premiê britânico David Cameron, a chanceler
(premiê) alemã Angela Merkel, o líder palestino Mahmoud Abbas e o premiê israelense
Benjamin Netanyahu - além do presidente Hollande.
O ato foi encarado tanto pelos franceses como pelos
chefes de governo e líderes mundiais como uma declaração contra o terrorismo e
de apoio à liberdade e à democracia.
A marcha terá cerca de três quilômetros de extensão, que
serão percorridos por duas rotas diferentes em avenidas centrais de Paris.
Parentes das 17 vítimas estão à frente da multidão.
Por razão de segurança, os líderes mundiais não participarão
de toda a marcha, mas apenas em um trecho específico, onde podem ser protegidos
pelas forças de segurança.
Mais de 2 mil policiais e 1.350 militares estão trabalhando
na segurança da marcha.
A alta molbilização de forças de segurança já era evidente
nas ruas de Paris desde as primeiras horas da manhã.
Dezenas de atiradores de elite vigiam o centro de Paris do
alto de telhados.
Porém, em geral o clima entre os participantes não é de medo
de mais atentados, mas de animação, segundo correspondentes da BBC presentes no
evento.
A multidão começou a se reunir desde cedo na Place de la
Republique (Praça da República) no centro de Paris.
Algumas pessoas vieram até de países vizinhos. As passagens
de trens internacionais tiveram seus preços reduzidos para atrair participantes
de cidades como Amsterdã (Holanda), Colônia (Alemanha) e Buxelas (Bélgica).
O slogan "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie), que
foi amplamente difundido nas redes sociais após o atentado contra a revista
satíria Charlie Hebdo na quarta-feira, está presente em faixas cartazes e
camisetas na manifestação, segundo o correspondente da BBC Patrick Jackson.
"Há muitas bandeiras também, grandes e com as cores da
França", afirmou.
Antes do início da marcha, foi divulgado um vídeo gravado
pelo atirador que teria matado uma policial na quinta-feira e realizou um
atentado contra o supermercado judeu Hyper Casher na sexta-feira – ação que
deixou quatro vítimas mortas.
Na gravação, Amedy Coulibaly promete lealdade ao grupo
militante autodenominado "Estado Islâmico" e confirma as suspeitas da
polícia de que seu ataque foi coordenado com as ações dos irmãos Said e Cherif
Kouachi, que mataram 12 pessoas em um atentado contra a revista satírica
Charlie Hebdo na quarta-feira.
"Nós dividimos nossa equipe em duas... para aumentar o
impacto de nossas ações", afirma ele no vídeo.
Ele também tenta justificar seus atos afirmando agir motivado
por vingança.
Coulibaly foi morto quando policiais invadiram o supermercado
onde ele mantinha 15 reféns. Sua companheira, Hayat Boumeddiene, ainda é
procurada pelas autoridades. Porém há uma suspeita de que ela tenha deixado a
França na semana passada para voar à Turquia e de lá entrar na Síria.
Judeus
Na manhã deste domingo, o presidente Hollande se encontrou
com líderes da comunidade judaica da França.
Líderes judeus disseram que Hollande garantiu que medidas
especiais de segurança serão implementadas para proteger todas as instituições
judaicas neste domingo e na segunda-feira.
"Nós decidimos viver nosso judaísmo e continuaremos a
vivê-lo normalmente, pois não podemos nos render à violência", disse Roger
Cukierman, presidente do Conselho Representativo de Instituições Judaicas,
depois da reunião com o presidente. FONTE: BBC DO BRASIL
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