EDUARDO CUNHA ROMPE COM O
GOVERNO POR CAUSA DA
ACUSAÇÃO DE ENVOLVIMENTO NO
ESQUEMA “LAVA JATO”
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rompeu , sexta-feira , (17), com
o governo. Disse em entrevista que como político, “vai tentar no congresso do
PMDB, em setembro, convencer a legenda a seguir o mesmo caminho”.
A decisão foi motivada pela acusação de que Eduardo Cunha teria recebido
US$ 5 milhões em propina para viabilizar um contrato de navios-sonda da
Petrobras para a empresa Toyo Setal, segundo denúncia feita pelo empresário
Júlio Camargo em depoimento ontem (16) ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Câmara Federal de Curitiba.
-Há uma tentativa por parte do governo, de me fragilizar. Está muito claro para mim que esta
operação “Lava Jato” é orquestrada pelo
governo, disse.
O presidente da Camara lembrou que, “ desde junho, o Executivo
iniciou uma devassa fiscal contra ele e incluiu seu nome na delegacia de
maiores contribuintes do país’.
-Esse tipo de devassa, de cinco anos é um constrangimento para um chefe
de Poder, afirmou..
Disse ainda que “ a delação de
Camargo é nula por ter sido feita à Justiça de primeira instância e lembrou
que, como parlamentar, tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
Eduardo Cunha afirmou que “seus advogados vão pedir a transferência do
processo de investigação para o STF e que o juiz não poderia conduzir o
processo daquela maneira”.
-Vamos entrar com uma reclamação para que o processo venha para o Supremo
e não fique nas mãos de um juiz que acha que é dono do país, disse.
Eduardo Cunha disse que “está tranquilo e não teme acusações”. Anteriormente
ele já havia negado seu envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava
Jato e acusou o Planalto de articular contra o Congresso Nacional, diante das
mobilizações em torno de um processo de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff.
- Camargo foi “obrigado” a mentir sob orientação do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, e deve perder o direito à delação porque está dando
uma versão diferente do que havia dado anteriormente, afirmou.
“Desde a divulgação da lista de Janot com nomes de políticos suspeitos
de participar de irregularidades na Petrobras, diz ter
“estranhado” o envolvimento de seu nome e voltou a afirmar que há uma clara
motivação política encabeçada pelo governo para fragilizá-lo”. Lembrou que tem
foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, a Procuradoria-Geral da
República (PGR) esclareceu que o depoimento não tem relação com as
investigações do STF e que "a PGR não tem qualquer ingerência sobre a
pauta de audiências do Poder Judiciário, tampouco sobre o teor dos depoimentos
prestados perante o juiz". FONTE: AGENCIA BRASIL E WEB.
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