SECRETÁRIO
DE SEGURANÇA
DO RIO:
OCUPAÇÃO DA ROCINHA SERÁ
DOMINGO, NA MADRUGADA
RIO - O
secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou na sexta-feira,(11), que a operação de
ocupação da favela da Rocinha, na zona sul da cidade, vai começar na madrugada
deste domingo (13). A ação de retomada de território vai contar com apoio de
forças federais, nos moldes do que ocorreu na reconquista do Complexo do
Alemão.
José Mariano
Beltrame pediu a colaboração dos moradores durante o trabalho dos policiais.
-Vamos fazer
o possível para que não haja trauma algum, disse Beltrame
Rocinha
espera que UPP traga serviços sociais:
"
Vamos
implantar definitivamente a UPP -Unidade de Polícia Pacificadora - da Rocinha na
madrugada de domingo”., reforçou Beltrame.
“A operação
está muito bem delineada. Vários aspectos foram abordados, principalmente a
segurança da população, em uma operação que vai preconizar a vida das pessoas.
Vamos fazer o possível para que não haja trauma algum."
MORADORES DE
SÃO CONRADO TEMEM O CONFRONTO
Muitos
moradores de São Conrado temem que a ocupação da favela pela polícia Na
madrugada de domingo, seja marcada por confronto e leve pânico às redondezas.
Para muitos, o medo é de que o episódio repita o susto vivido em agosto do ano
passado, quando bandidos em fuga invadiram o Hotel Intercontinental, no mesmo
bairro, provocando intenso tiroteio.
"Já
ficamos sabendo pelos próprios moradores da Rocinha que os traficantes estão
montando barricadas dentro da favela. Espero que não haja tiroteio, mas
acredito na resistência dos marginais.
Meu maior
medo é ter que ficar abaixada no chão da minha casa de novo. Quando invadiram o
Intercontinental, parecia que os tiros eram dentro do meu prédio",
relembrou a professora de inglês Cristina Souza, 51 anos, moradora de São
Conrado há 18 anos.
-Espero que
não voe bala para todos os lados e que as polícias civil e militar abusem de
inteligência, não de truculência", disse um morador..
O economista
Átila Csernok,disse que a prisão de Nem
revela como será a ocupação da comunidade vizinha ao seu prédio.Ele parece otimista com ação a ser desencadeada pela pólicia:
-Prenderam
esse líder (Nem) sem tiroteio. Acredito que o mesmo vai acontecer quando a
polícia adentrar efetivamente a comunidade. Estou muito otimista com a melhoria
não para nós, ricos, mas para os moradores da favela, disse. Para ele, é uma
oportunidade de a população pobre daquela região ter acesso aos serviços
básicos, como saneamento básico.
Na tarde da
sexta-feira (11), cerca de 80 PMs do Batalhão de Choque (BP-Choque) reforçavam
o policiamento nos acessos à favela. Carros e vans que entravam ou desciam o
morro eram revistados pelos policiais. Muitos moradores que deixaram a favela
com mochila também foram abordados durante a revista. A intenção é impedir a
fuga de traficantes.
Voo livre pára durante ocupação da
Rocinha
As
decolagens de asa-delta e parapente da Pedra Bonita, em São Conrado, serão
paralisadas das 2h de domingo (13) às 18h de segunda-feira (14). As atividades,
segundo o Clube São Conrado de Voo Livre, serão suspensas já que o espaço aéreo
será fechado para a pacificação da favela da Rocinha.
Ainda
segundo informações do clube, cerca de 300 voos esportivos e de instrução são
realizados na região por dia. De acordo com determinação da Aeronáutica, o
espaço aéreo no entorno da Rocinha será fechado, num raio de 3 km, para a
instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)
Prisão
de Nem demonstra 'vontade política' para pacificar morros, diz a imprensa
internacional
(BBC DO BRASIL)
O diário Wall Street Journal, em reportagem publicada
sexta-feira ,(11),diz que a prisão do traficante Antônio Francisco
Bonfim Lopes, o Nem, é "o maior golpe até agora" do governo
fluminense contra o tráfico, na tentativa de pacificar os morros antes da Copa
de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
A prisão de Nem é destaque em vários jornais da imprensa
internacional n sexta-feira. As reportagens destacam a vontade política do
governo do Estado do Rio para retomar áreas da cidade controladas pelo tráfico,
antes que os olhos do mundo se voltem para o Brasil por conta dos eventos
esportivos.
Brasil
"A captura de Lopes vem no momento em que a polícia
prepara uma invasão da favela que ele comandava, como parte de uma campanha
para tornar a cidade mais segura", afirma reportagem publicada na versão
americana do WSJ.
"No início, os céticos previram que os esforços do
governo para restaurar o controle das favelas fracassaria. Mas as unidades de
elite da polícia alcançaram um sucesso inesperado, em grande parte porque
muitos moradores da favela na verdade sempre quiseram a presença da
polícia."
Início da 'batalha'
Na Grã-Bretanha, o tema mereceu destaque no diário The Daily Telegraph, para quem "a
batalha pela maior favela do Brasil começou".
A reportagem do diário britânico diz que "os moradores
da Rocinha e dos bairros vizinhos ricos foram tomados pelo medo, entre temores
de que a operação pudesse levar a batalhas a pleno céu aberto entre policiais e
gangues criminais armadas com metralhadores, fuzis e granadas".
Na Espanha, o diário
El País traz um perfil de Nem, contando a "meteórica carreira"
que o levou para a posição número 1 do crime organizado na Rocinha.
"A imagem patética de Nem, algemado, com o gesto
inexpressivo, embarcando no carro blindado que o levou para o presídio de
segurança máxima Bangu, contrasta coma extraordinária lenda do jovem que chegou
do nada ao ápice do crime organizado", escreve o correspondente do jornal
espanhol.
Um breve perfil de Nem também é oferecido pelo diário português Público, sob o título de "O Poderoso Chefão".
Em duas reportagens que ocupam espaço de página dupla no
jornal de formato tabloide, a repórter destaca que a Rocinha vive uma
"tensão" porque está "prestes a ser invadida pela
polícia".Em entrevista com moradores da favela, o jornal relata a suposta
imagem positiva de que Nem gozava em sua própria comunidade.
Nem tem cabeça raspada em seu
primeiro dia na cadeia
A UPP da Rocinha será a 19ª do Rio. A favela é uma das
maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de
segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).
A PRISÃO
O traficante Nem estava no porta-malas de um Toyota Corolla,
que foi parado pela polícia a poucos quilômetros da favela. Segundo os
policiais que participaram da prisão, eles suspeitaram do veículo porque a
suspensão estava baixa --indicando alguma carga no porta-malas.
Nem portava cerca de R$ 180 mil no momento em que foi preso.
O dinheiro estava dividido em notas de real (59.900) e de euro (50.500 ou R$
120 mil).
Segundo a polícia, o veículo foi parado pela primeira vez
por volta das 23h na estrada da Gávea, uma das saídas da Rocinha. Estavam no
carro dois advogados e um motorista, que se identificou como cônsul honorário
da República Democrática do Congo.
Ele alegou imunidade diplomática, não permitiu que o carro
fosse revistado e disse que, como autoridade, deveria ser atendido na 15ª DP
(Gávea). Diante dessa afirmação, veículos da PM passaram a escoltar o Corolla
até a delegacia.
Quando passavam pela Lagoa, na altura do Cinépolis Lagoon, o
veículo parou e, segundo os policiais, os suspeitos ofereceram R$ 20 mil como
propina. O comboio seguiu em frente e, na altura do Clube Naval, fez uma nova
parada.
"Um dos advogados se identificou como pai do cônsul e
foi ele quem ofereceu R$ 20 mil. Ele disse que na mala tinha R$ 1 milhão e
[perguntou] se aquilo resolvia tudo", disse o tenente Ronald Cadar, que
estava no grupo.
Após nova recusa dos policiais, o suposto cônsul disse que
só abriria o porta-malas do carro na Polícia Federal. A PF foi acionada e os
agentes que foram ao local abriram o porta-malas e encontraram o traficante
Nem. Todos foram presos e levados à sede da PF na zona portuária do Rio.
A PF diz que entrou com contato com o Ministério das
Relações Exteriores para verificar a identidade do suposto cônsul. A Embaixada
do Congo em Brasília disse desconhecer qualquer relação entre o homem e o
traficante, mas que ainda que aguarda dados da PF para se manifestar
oficialmente.
Nem foi preso poucas horas depois de a Polícia Federal ter
detido o seu braço-direito, conhecido como Coelho, e outros quatro traficantes,
juntamente com três policiais civis e dois ex-policiais militares que faziam a
sua escolta.
A Policia Federal dIz
que intensificou operações de inteligência ao saber que a Rocinha seria
ocupada, e que recebeu informação de que haveria fugas. Os policiais detidos
entraram na favela em quatro veículos e deixaram o morro pela saída da rua
Marquês de São Vicente, na Gávea. Entre os três policiais presos, dois atuavam
na Delegacia de Roubo e Furto de Cargas e um da Delegacia de Saúde Pública.
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