RESTOS MORTAIS DE JOÃO GOULART SERÃO
EXUMADOS EM NOVEMBRO E PASSARÃO POR EXAMES ANTROPOLÓGICOS E DE DNA, EM BUSCA DA
VERDADEIRA “CAUSA MORTIS”
BRASÍLIA - Para investigar
a causa da morte do ex-presidente João Goulart, os restos mortais de Jango
serão trazidos para o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal,
em Brasília, que fará "exames antropológicos e de DNA". A exumação do
corpo do presidente João Goulart (1919-1976) está marcada para o dia 13 de novembro em São
Borja, no Rio Grande do Sul.
Exames toxicológicos serão realizados em laboratórios
internacionais contratados pelo governo federal. Jango, como era popularmente conhecido,
morreu em dezembro de 1976, segundo a versão oficial, devido a um ataque
cardíaco. A exumação é o primeiro passo para apurar se João Goulart, deposto
pelo golpe militar de 1964, foi assassinado enquanto vivia no exílio, na
Argentina.
-O presidente morreu na Argentina na vigência da operação
Condor, um pacto de terror e morte das ditaduras do Brasil, da Argentina, do
Uruguai, do Chile, do Paraguai com o apoio dos EUA e de outros países que
tinham interesses regionais no nosso país, disse a secretária Nacional dos
Direitos Humanos, Maria do Rosário, nesta quarta-feira (16) após anunciar a
data da exumação.
A operação Condor foi uma parceria das ditaduras do Cone Sul
para prender (e matar) opositores no exterior.
-Nós estamos em plenas condições de realizar esse
procedimento em busca da verdade do que ocorreu com o presidente. A exumação de
João Goulart é a exumação da ditadura no Brasil, afirmou.
Maria do Rosário lembrou que o pedido da investigação partiu
de familiares de Jango. "Nós estamos atendendo esse pedido da família
porque hoje podemos dizer com segurança que ele foi perseguido por agentes da
ditadura todos os dias da sua vida", disse Rosário, ao lado de parentes de
Jango.
-Estamos contando com peritos de várias regiões que
trabalham na busca da verdade, da memória, nos caminhos da justiça que
vivenciaram e vivenciam ainda as marcas da operação Condor, disse.
Segundo a ministra, um mapeamento feito pela Polícia Federal ,com informações históricas das substâncias tóxicas usadas na época, será
feito primordialmente. "O ponto de partida é o tipo de substância que era
usada naquele período". Técnicos da PF também estiveram presentes.





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