CNBB DEFENDE DILMA E CONDENA OS MOTIVOS QUE LEVARAM
EDUARDO CUNHA A ACEITAR A ABERTURA DO PROCESSO DE IMPEACHMENT. PARA A ENTIDADE CUNHA
“AGIU POR INTERESSE PESSOAL”
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criticou ontem em nota,(3), os motivos
que levaram Eduardo Cunha a aceitar o pedido de abertura do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A nota da CNBB manifestou “imensa apreensão”, e a
comissão da CNBB diz que a atitude de Cunha “carece de subsídios que regulem a
matéria” e que a sociedade está sendo levada a crer que “há no contexto motivação
de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses
contrários ao bem comum”. Para a CNBB, Eduardo Cunha agiu por interesse
pessoal.
A entidade católica, que, na época em que o então
presidente Fernando Collor enfrentou processo de impeachment, participou de uma
manifestação pela ética na política, afirma no comunicado divulgado na
qurta-feira, que “o impedimento de um presidente da República ameaça ditames
democráticos, conquistados a duras penas”.
Afirma ainda, a nota da CNBB “que a autoridade moral fundamenta uma decisão capaz
de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do
povo? Diz também “que é preciso caminhar no sentido da união nacional, sem
quaisquer partidarismos, a fim de que possamos construir um desenvolvimento
justo e sustentável”.
O anúncio da aceitação do pedido de abertura do
processo de impeachment foi feito no fim da tarde de quarta-feira, (2), por Eduardo Cunha. Sobre o proceeso a
presidente Dilma fez um pronunciamento na TV, no qual disse que não tem contas
no exterior, nem participa de “barganhas” com o Congresso.
Eduardo Cunha, que quando anunciou ter aceitado o
pedido de abertura do processo disse não estar feliz por tomar a decisão,
rebateu as declarações da presidenta. Ele disse na quinta-feira, (3) que Dilma
“mentiu à nação” quando disse que seu governo não barganhava com o Congresso.
Uma comissão especial formada para analisar o
processo terá seus membros anunciados nas próximas dias. Serão 65 deputados,
representando todos os partidos da Casa. Desde o início da tarde de hoje, o
deputado Beto Mansur (PRB-SP) lê o pedido aceito por Cunha e apresentado pelos
juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal. Fonte: Agência
Brasil.
PARA LULA O GESTO DE
EDUARDO CUNHA É "UM ATO DE INSANIDADE"
RIO — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou "indignado", na quinta-feira, (3), que a abertura de um
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff foi um gesto de
"insanidade" do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que estaria colocando interesses pessoais acima dos do país. A entrevista de Lula foi veiculada pelo jornal O
GLOBO
Lula disse ainda que “no dia em que a presidente
Dilma consegue aprovar as novas bases para o Orçamento de 2015, recebe um gesto
de insanidade, que é o pedido de impeachment — afirmou Lula, após reunião de
meia-hora com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Lula afirmou
que “ o risco é que a crise política aprofunde a crise econômica: “A presidente
fazendo um esforço incomensurável para aprovar o ajuste fiscal, recuperar a
economia, mas o presidente da Câmara me parece que tomou a decisão de não se
preocupar com o Brasil”, afirmou.
O ex-presidente disse ainda que é preciso votar o mais rápido possível o
processo de impeachment:
“Não podemos permitir que essa loucura do Eduardo
Cunha tenha prosseguimento, tem que resolver isso logo. Se deixar passar Natal,
ano novo, quem vai querer investir no país?, indagou Lula.
Lula foi consultado e concordou com a decisão do PT
de partir para o enfrentamento com Cunha, o que deflagrou o processo de
impeachment. O temor era que o presidente da Câmara aceitasse o pedido de
afastamento de Dilma mesmo que fosse salvo pelos petistas no Conselho de Ética.
Em reunião do diretório nacional do PT, no final de
outubro, Lula havia afirmado que a prioridade do partido tinha que ser aprovar
as medidas de interesse do governo na Câmara, e não "derrubar" Cunha.
Nesta quinta-feira, ele afirmou que não mudou de posição:
“ Minha ideia, disse, era priorizar as reformas econômicas que a
Dilma precisava. Se a economia não voltar a crescer, em casa que não tem pão,
todo mundo briga e ninguém tem razão”, afirmou.
O ex-presidente LULA acusou o PSDB de promover um
terceiro turno da eleição ao apoiar o pedido de impeachment e de apostar
"no quanto pior melhor". Lula pediu a Pezão que lidere um pacto de
governadores contra o impeachment. Na manhã desta quinta, Pezão conversou com
Dilma por telefone, manifestou solidariedade a ela e disse que falaria com
outros governadores. Fonte : WEB e O GLOBO (Assinante)
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